segunda-feira, outubro 4

Weird...

Vidas malignas que se nos cruzam, confrontam-nos a cada esquina, perseguem-nos como pastilhas que se colam nas solas. Não se consegue perder um dia que se nos afaste da memória, esquecido, deixado no passado onde pertence! Ontem porque isto, amanhã por aquilo... a vida persegue-me noite após noite, acordando comigo sem ter de se deitar.
O que dizer? A luz daquele alto candeeiro de rua, naquela esquina ali... já não me ofusca, mas ainda me assusta quando lá passo. Gera aquela sombra errante que se me cola nos pés e me persegue por dez metros, aumentando a cada passada até se tornar gigantesca, difusa, e se confundir com as coisas que ali vi tão nítidamente. Depois, quando lá passo novamente, as coisas já não são apenas coisas, são coisas com um resto de sombra lá dentro, porque foi ali que a vi desvanecer! Coisas que assustam, sim senhor!
Mais, que vislumbro um tremor na mão do homem que não deve tremer, que nos conduz a todos, mundo inteiro na ponta de um fio em volta do sol, qual pionaise que nos serve de eixo... é só a sua mão, que agora treme, e ousa lançar-nos, qual pião desgovernado no sentido qualquer do infinito, na direcção do sem luz, directos ao vazio que por tantas e tantas vezes nos enche o peito! Vislumbro uma ânsia tal que julgo ter entrado no túnel do Campo Grande a duzentos à hora, subiu-me o estômago ao cérebro, senti os olhos saltar...
Por ora, mais nada.. quem sabe amanhã sinta diferente?

2 comentários:

AnaP disse...

Pareces-me angustiado. Tem calma... Respira fundo... A vida também pode ser bela, Molghus. Já viste que lindo está o céu? Azuuuul... E o sol?... E já viste aquele passarinho a espenicar uma semente, enquanto olha em volta com o seu olhito pequeno mas frenético? Isso, olha para as pequenas, mas bonitas, coisas da vida. Um beijo!*

Elsa disse...
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