segunda-feira, julho 26

Azul...Azul...Azul...

Espaço, em demasia, para pensar, para sentir em demasia... tempo, igual ao tempo anterior que vivi nos mesmos sítios, os locais do costume. Tudo em excesso, espaço, tempo, sentimentos exacerbados, vidas fracturadas por réstias de palavras que não chego a dizer, por não ousar, por sentir.
Corri, saltei, corri... sem fôlego, parei!
Vummmmmm...
Vummmmm, linha branca que piso e me serve de abrigo.
Vummmmm, sem nada a comentar, ousando arriscar tudo o que ainda se possui.
Um passo, dois passos em corrida... três faixas tão largas que não acabam nunca.
Iiiiihhhhhh, POC! Silêncio, vento, um poc mais pequeno, de quem aterra depois de um pequeno vôo. Cerro os olhos, deixo de pensar.
Pessoas que falam e passam perto. Um sapato, o barulho do sapato na areia. Um atacador, uma bota.
A brisa suave e gentil na beijando-me a face, contra a gravilha áspera o escorrer quente do meu sangue.
"-Você está bem?" Não respondo, não me mexo... quero mas não sou já capaz! Mando o pé mexer, o pé recusa! "-Você está bem?" , pergunta de sapato sem mexer a sua sola, deixo de os ouvir.
Azul...Azul...Azul...
Sinto mexerem-me, acomodarem-me nas pernas, nas costas, no pescoço. Ouço algo perto do pescoço estalar e peço a Deus para que não seja nenhuma peça importante.
Azul...Azul...Azul... Tinóni, nóni, Uéééééé... Baloiços, sacudidas, picadas de tubos em todo o lado.
Tinóni-nóni!
Uéééééé!
Azul...Azul...Azul...
E o que se pensa nestas alturas? Pouco...
Vive-se e dói...
Julgo ter pensado em Chocapic, enquanto vivia isto.
Azul...Azul...Azul...

sábado, julho 24

Escravas de Gor - Filosofia de Vida ou Mito?

Filosofia de Vida, meus caros, filosofia de vida...

Por falar nisto, fiz um grupo para quem se quiser informar; já que as escravas consensuais são submissas realmente, mas virtualmente são umas trogloditas que não obedecem à ordem mais simples...
Deixou de ser um grupo activo de exploração de fêmeas submissas e passou a ser um grupo passivo de mera troca de experiências e contactos. Experiência marada esta!

Deixo aqui o endereço, reservado a fêmeas: http://br.groups.yahoo.com/group/escravasdegor/

Hasta luego mentes perversas.



quinta-feira, julho 15

Poema de alguém

Um pedido.
Uma renuncia.
Uma mentira descoberta.
A honra magoada.
Renascida num desejo.
Meus sonhos realizados.
Uma rainha de negro manto.
De pele alva e cabelos loiros.
A dominar minha alma.
A conquistar o meu amor.
Com as labaredas dos seus olhos.
Com a fúria de seus golpes.
Minando minhas defesas.
Vencendo os obstáculos.
Minha rainha e amante.
Seu chicote é sua escrita.
Gravando no meu corpo suas marcas.
Hoje sou teu escravo de coleira e de alma cativa.
Bebendo na tua fonte os teus desejos de senhora.
Sou teu escravo e consorte.
A expandir os designios do amor.
Na visão do mundo fetichista.
Sou teu e es minha.
Razões da lógica.
Visão crua dos factos.
Dela sou escravo e espalho aos quatro ventos.
Meu amor por sua pessoa.
Prostado de joelhos ante teus pés graciosos.
Suplico-te a realização dos teus desejos.
Fazendo deles a razão da minha vida.
Es minha dona.
Es minha rainha.
Es meu amor.
A qual o destino juntou num só caminho.
Nossos sonhos e desejos mais secretos.
Separados pelas convenções burlescas da vergonha.
Mascara caída.
Faces desnudas.
Verdade não dita.
Sonhos construídos pela força dos sentimentos.
Unidos no desejo.
Das paixões fetichistas.
Do teu escravo fiel.
Que te ama a raia da loucura.
Mulher dos meus instintos.
Sonho dos meus sonhos.

segunda-feira, julho 12

A impessoalidade dos teus mails

Este post, assim como o anterior, eram meras cartas com duas destinatárias distintas, contudo optei por transcrevê-los para aqui, o anterior adaptado a todos os meus supostos amigos, este tal e qual como era para ser enviado... sem mais explicações, fica escrito!

"(...) devo-te dizer uma série de coisas, e quando falamos ou quando te escrevo tenho procurado fazê-lo da melhor forma que sei, no entanto, quando recebo mensagens tuas, são, como bem sabes, altamente impessoais e completamente desprovidas de conteúdo... vou ser sintético, se o que tens para me dizer, se resume a uma série de piadas de gosto questionável, ainda que seja uma honra para mim estar na tua mail list, não é bem aquilo que contava receber de ti, e ainda que não te peça para não os enviares, sei que o farás nem que seja por eu ter falado nisso.
Acho curioso que não tenhas tido essa percepção antes de me enviares aqueles mails, sem qualquer palavra tua, muitas vezes assinados por quem tos enviou.
Não necessito já de muita atenção da tua parte, mas pelo menos aquela que recebo, que seja genuína e não um mero forward com uma lição de vida de alguém que mora no outro lado do mundo. Percebo a ideia da impessoalidade, que provavelmente te torna assim mais fácil dizeres para ti mesma que te esforças minimamente por manter o contacto. NEWSFLASH!!! Forwards não são manter o contacto, não dizem nada que um desconhecido não possa dizer... esse é supostamente o verdadeiro valor dos amigos, conhecerem-nos e encontrarem-nos perdidos no meio das nossas aspirações mais ou menos patéticas.
Como te disse, a minha forma de olhar o mundo desde que fui atropelado mudou radicalmente, somente porque ao acordar, preso numa merda qualquer mais forte que eu, só pude falar e encontrar-me comigo mesmo, o que de algum modo é curioso, visto que já não me encontrava a mim próprio há muito! Mas curioso ou não, há coisas que para mim não têm qualquer valor, outras há que me sabem muito melhor hoje... espero que consigas ver com nitidez o que não viste antes, e se procurares manter algum tipo de contacto comigo, que não o faças através dos meus avós, ou por outro subterfúgio qualquer em que não tenhas o (des) prazer de me encontrar, porque a confrontação, a troca de olhares, a palavra, fazem parte de qualquer relação, ainda que não o queiramos com todas as nossas forças. Compreende isto, e lida com a situação!
Cara mia, não vejo mais assuntos de assumido destaque que queira de momento compartilhar contigo...tenho ali alguns mails com videos e imagens giras, mas não me parecem adequados nesta altura, porque me parece tão mais importante falar, escrever o que se sente e pensa... ainda que não tenha já essa vontade nem o brilho do sonho que me caracterizava, há coisas que consigo ainda dizer, e a ausência, tua e a dos demais, nas alturas criticas da minha até agora curta vida, dizem-me muito mais do que rios de tinta e oceanos de palavras.

"Depois, quando o frio nos assolou e percebemos que não encontraríamos refúgio, continuamos a falar tiritando de frio pela noite dentro. Falámos de azar, de mágoa e de morte, pois sabíamos que com o sol da manhã nasceria também uma esperança de vida" - Moi Même in Máximas

Hasta luego, quando houver algo que mereça ser dito."

sábado, julho 10

Via Verde no bujon ou a fugir da sorte...

Finalmente consegui escrever sem cair na tentação de revelar os disparates que me perturbam o raciocínio, hehehe!
Olhem, eu sei que os nossos mundos são mesmo muito diferentes, contudo parece-me que ao escrever e contar os meus "graves" problemas, não é que eles desapareçam assim de repente ou se resolvam por divina inspiração, mas sei que me vou sentir melhor... e se há alguém disposto a ouvir-me, não sei porque raio não hei-de aproveitar, já que chorar sozinho no meu quarto está-se a tornar monótono e extremamente repetitivo.
Apesar de não me terem oferecido o ombro nem colo para chorar, permitam-me o abuso porque de momento preciso mesmo de alguém que me escute, ainda que mais tarde possam vir a perceber o quanto eu estava enganado ao vir chorar perto de vós, não há momentos mais tristes que aqueles que passo só, sem querer... e é nestas alturas que se grita aos nossos amigos por ajuda e por perdão...Pois, de facto é nestas alturas em que se grita, que se descobre que realmente estamos sozinhos em qualquer altura, e por isso vos digo que os nossos mundos são tão diferentes, porque na verdade, para mim não existe essa certeza de que me falavam, que alguém olha por nós... não conheço essa faceta da vida, não sou um desiludido, mas sei porque linhas me hei-de cozer, e conheço a realidade em que vivo - não tenho quem olhe por mim, e sem ser eu, duvido que mais alguém se preocupe se vou ter onde comer ou onde dormir amanhã! Conhecem este lado farsola da existência?
Não tenho pretensões de iluminado nem de desfavorecido, não o sou - mas isto é o que eu vejo, e quando vos procurei em busca de uma qualquer bóia de salvamento, e me ofereceram as grandes verdades inquestionáveis como resposta, acreditem-me que sorri... por terem sido queridos o suficiente para me responderem da maneira que acreditavam ser correcta, com as vossas palavras e com a vossa visão do mundo... mas, queridos amigos, o que tenho conhecido por aqui, não se compadece dessas verdades, e dei comigo novamente isolado e só, porque não havia quem me ouvisse, e pior que isso, não havia quem me entendesse.Agora mais em concreto, preciosos amigos, o caminho que tenho percorrido foi-se tornando cada vez mais estreito e sinuoso, cada dia mais perigoso... o que se passou em concreto foi uma derrocada de tudo aquilo em que sempre acreditei, e que me abalou os projectos que tinha definido para o resto da minha vida.
Fiquei sem nada, fiquei assim desiludido, triste... acreditem que fiquei profundamente triste! Querem saber? Eu preciso de contar... Desisti do curso que andava a enganar-me há tantos anos, comecei a trabalhar aqui e ali fazendo um pouco de tudo. Tinha uma ideia do que iria fazer com a minha vida, e devo dizer-te que a ideia não era assim tão diferente das ambições do resto das pessoas que conheço - comprar uma casa, casar, ter uns putos, viagem aqui ou ali, sair com os amigos, passava pelas coisas normais da vida de qualquer anormal... De repente, caiu-me tudo em cima, o céu, as nuvens, as pessoas, e inúmeros pensamentos deprimentes do vazio que preenchia a minha vida, do nada que existia para lá da pessoa que amava. Sim, é verdade - estava centrado numa única pessoa que me abandonou, mas o pior não foi o abandono, não foi ter ficado sozinho, não foram as noites perdidas a sonhar as recordações de um futuro que não cheguei a viver, o pior foi a ausência de significado de tudo o que tinha vivido, foi olhar para o que contruí ao longo de todos estes anos e aperceber-me que não passava de um castelo de cartas; foram as cedências que fiz em nome de algo maior que afinal não era real. O pior, meus queridos amigos, foi cair na realidade e sentir tudo isso assolar-me como um pesadelo do qual não conseguia acordar.
Amigos, não sei porque vos conto tudo isto, já se passou mais de um ano e ainda assim continuo a deitar-me com o coração destroçado, a acordar com uma sensação incrível de angústia... será por isso? Acho que continuo a precisar de desabafar com alguém que, no minimo me dê a ilusão de estar a ouvir... é muito dificil para mim falar do que sinto e da forma torpe como vejo o mundo, é complicado não entender nada do que se passa em meu redor e tão simplesmente aceitar.

Obrigado por escutarem,