Perante a perplexidade que me invade neste momento, urge colocar o preto no branco e expor a situação com a máxima clarividência possível. Rejeito o silêncio impune, a indiferença emocional latente que caracteriza o ser estranho que invariavelmente me caracteriza. Sim, envolve-me como a concha envolve o molusco, e também a mim me convém.. nem será a melhor concha, mas a melhor possível - é um refúgio. Sinto que os dias por vir serão no mínimo tão bons quanto os que foram. A onda sempre foi a mesma por aqui, é a beleza do sitio. Parece-me que se está a perder agora a essência da coisa e isso deixa-me triste. O choradinho se for sentido é sempre bem, a conversa das mamas, da bola, de poesia e o camandro.. desde que não se fale mesmo a sério e nos fiquemos pelas patacoadas normais, ou às vezes podemos falar a sério.. curtia dizer que temos alguma regra, mas somos mesmo estranhos e não temos.
já não me interessas, e queria que o soubesses.
vejo-te na sombra,
no teu quarto deitada..
Fecho a porta, apago a luz.
e num silêncio quase doce,
dou um passo e o segundo.
afogo a hesitação,
e num gesto meigo,
abandono a passagem,
a ti e ao quarto,
não quero mais saber.
ou talvez..
Tenho nos olhos,
hoje a vista que ontem partilhamos,
Imagino ainda agora,
os sonhos que antes vivemos.
Abraço as sombras que a ausência traz,
e contemplo a indelicadeza..
Deitei-me com a alma cansada,
corpo dorido de doença mal contraída.
No embalo do teu colo, minha face deitada.
Percebi num esgar de leite, uma lágrima caída.
Desentendo-te o propósito entre beijos de voz
Só um de dois sabe - dali não faz parte.
Luzes de velas por mim tremem, jamais por nós;
Que a sina de te ter não é ainda amar-te.
Escuto-te o embaraço do corpo,
ante o tempo que te entende...
Revejo momentos, no sopro
da pele que o defende.
já não me interessas, e queria que o soubesses.
vejo-te na sombra,
no teu quarto deitada..
Fecho a porta, apago a luz.
e num silêncio quase doce,
dou um passo e o segundo.
afogo a hesitação,
e num gesto meigo,
abandono a passagem,
a ti e ao quarto,
não quero mais saber.
ou talvez..
Tenho nos olhos,
hoje a vista que ontem partilhamos,
Imagino ainda agora,
os sonhos que antes vivemos.
Abraço as sombras que a ausência traz,
e contemplo a indelicadeza..
Deitei-me com a alma cansada,
corpo dorido de doença mal contraída.
No embalo do teu colo, minha face deitada.
Percebi num esgar de leite, uma lágrima caída.
Desentendo-te o propósito entre beijos de voz
Só um de dois sabe - dali não faz parte.
Luzes de velas por mim tremem, jamais por nós;
Que a sina de te ter não é ainda amar-te.
Escuto-te o embaraço do corpo,
ante o tempo que te entende...
Revejo momentos, no sopro
da pele que o defende.
É o nosso terceiro Junho aqui no blog... é bonito e é um momento único. Oremos então.
Planeei uma excursão a Miranda do Ribatejo, um dia aqui há tempos. E em certa altura do longo percurso, parámos como habitualmente ao quilómetro 95 da nacional 17, como quem vai em direcção a Tondelo. Comprámos as alheiras e seguimos prá festa. Só quero aqui lembrar que não se levou romãs porque havia ainda a possibilidade de comprar mais perto. Só que mais perto depois também ou não as havia boas ou eram caras.
Hoje escrevi isto e fico-me assim.
5 comentários:
AHaha... ehs mesmo mto estranho, estás em casa portanto, a minha tua nossa casa. eh bem e bonito. digo-te desde ja' que para falar de mamas, bola e patacoadas estou por cah.. acrescenta-lhe inspiração, partir parede, o rating do backside, discussoes de como subir a stamina + rapidamente, o belo do chess, o pontão, birras e tremoços e fazemos a festarola toda e mandamos a bela da biqueirada na perplexidade. bai tudo cuh crl! ;) sp em alta.
Saudações da C.E.L.A.(Centro Estudantil de Lisboa e Arredores),
O Grande Mau está de volta, até já!
..hum..já se estranhava por aqui a ausência das palavras de um qualquer Molghus, que andava por í distante mas pelos vistos não ausente....
São as sombras que escondem quase tudo, deixando apenas vislumbrar uma silhueta... mas são as sombras que a acender de velas revelam tudo: o que queremos e ás vezes também, o que não queremos ver...
Volta a escrever mais aqui, tinha saudades de te ler!!
Um Abraço
Eushinha
Ainda bem que tas de volta a "escrevinhar"!!! Pufpuf Branquinho. Beijoca
A indiferença?... Não existe... se te é indiferente, é porque a queres afastar. Se fosse mesmo iniferente nem dela falavas, não a reconhecias, não lhe davas importância. A indiferença só existe, quando nada existe, nada se pensa nada se faz, nada se escreve sobre..
Humm... mais ou menos certa.. Porém... esse nada pode ser mais que isso, para lhe conferires alguma beleza que a ausência pode ter. Lá dizia Pessoa, escondido na máscara de Ricardo Reis (e passo a transcrever...):
"Tão cedo passa tudo quanto passa!
Morre tão jovem ante os deuses quanto
Morre!
Tudo é tão pouco!
Nada se sabe, tudo se imagina.
Circunda-te de rosas, ama, bebe
E cala. O mais é nada."
Outra coisa... o antagonismo nos sentimentos não é a ausência dos mesmos... tentei expor dois estados de alma, que se podem intersectar contudo de orientações opostas. Sem qualquer outro propósito que não seja o de deixar um testemunho. Não sei dos outros, mas é dessas contradições que sou feito.
"Tenho esperança ? Não tenho.
Tenho vontade de a ter?
Não sei. Ignoro a que venho,
Quero dormir e esquecer."
Só mais um pequeno aparte: por ser invisivel, praticamente imperceptivel ou de existência duvidosa.. não quer dizer que não se fale dele ou se o descreva. O conflito interior que a força dos sentimentos gera, é em si mesmo motivo para escrever. A indiferença é "nada" se decidirmos deixá-la sê-lo, tal gota esquecida em copo bebido. Pode ter a força de cem obuses, se bem orientada. Deixo mais um pequeno grande "nada", daqueles indizíveis também de Pessoa..
"Tudo quanto penso,
Tudo quanto sou
É um deserto imenso
Onde nem eu estou.
Extensão parada
Sem nada a estar ali,
Areia peneirada
Vou dar-lhe a ferroada
Da vida que vivi."
Ainda assim, percebo que alguém tivesse de se por do outro lado e dizer-me que num deserto as miragens são apenas isso. Mas são, de algum modo.
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