9 H 33 minutos AM Bote estacionado no descampado do Carocho Victor: "Sôr Victor faxavor, que aqui mando eu e o preto!" Okis, Sôr Victor Faxavor, descampado cheio de buracos onde a Kizomba tem o seu fim para dar início ao som do bater da sola do sapato na calçada... Pé após pé, passada larga encosta abaixo, com o frio a bater nas costas gretadas das mãos dentro dos bolsos. Mãos secas, frias e gretadas... suadas do frio que já não ousam sentir, ignoram-no com um sorriso nos dedos :) ! E cá vai ele... Aquela Miga ali rasteira não o viu chegar... súbitamente eis que o céu tomba, qual tempestade repentina que se abate sobre as nossas cabeças, nem num buraco entre calhaus ela se consegue esconder... - "Patinhas às antenas frontais, que isto vai ser tramado!" Aguenta, aguenta, não custa nada! E a sola passa e repassa a Miga, meia na calçada, meia de fora... Mais abaixo, a miúda de todos os dias, olha sorrateira, mais que ontem quero acreditar, e segue caminho, para ali onde ele não sabe... e por aquelas escadas se sume... todos os dias, toda a santa manhã que o dia é de escritório, lá vai ela subindo quando ele desce, quis o destino ser assim para se rir dos dois. É bem... Amanhã há mais, ou talvez não. |
Retrato muito pouco fiel da vida de algum ilustre desconhecido, que perdido numa imaginação doentia, se afoga docemente embalado pela corrente do vazio... assim começou.
sexta-feira, março 4
SITUATION
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