Eternamente Só....
Perdido em lágrimas de solidão, vagueando no fim do mundo sem

Perdido...simplesmente só na morte do corpo...na morte da alma!!!
Retrato muito pouco fiel da vida de algum ilustre desconhecido, que perdido numa imaginação doentia, se afoga docemente embalado pela corrente do vazio... assim começou.
Estou cansada. O sono apodera-se de mim e adormece a desilusão que me abraça. Sou um farrapo que alguém usou e desprezou. Sou os restos mortais de alguém que amou sem nunca conhecer a infinitude de um ser maior. Chove por dentro de mim. Uma chuva torrencial que quebra a transparência do meu ser. Procuro-me nas tuas palavras na ânsia de me rever ontem, hoje e sempre. Procuro nelas o abrigo para o inverno que se faz sentir nas entranhas do meu ser. Encontro um abismo sem fim. Tudo oco. Tudo vazio. E tecla a tecla, vou imprimindo palavras soltas na tentativa de redesenhar o meu percurso, delinear novas metas. Vou tentando retirar-te da minha vida, apagar as tuas marcas e esquecer-te no mais íntimo de mim. Não sou poeta, falta-me o ser erudito, a eloquência para te satisfazer e te prender. Nunca o fui. Nunca a tive. Talvez por isso, me amasses menos. Talvez por isso, buscasses outros enredos. Outras aventuras.
Eu... sou o que sou e nada mais! Um ser imperfeito, inacabado. Às vezes, desejável, mas sempre insuficiente. Gostas de histórias de palácios e dragões. Princesas por resgatar, sentimentos por desbravar, sensações mágicas.... Eu sempre fui a realidade possível, a princesa de chinelos, sem palácio e sem dragões. O sentimento comum, a sensação vulgar. O beijo mais banal num contexto sofrível, mas no qual nunca precisaste de ser o herói. Comigo, nunca viste estrelas, nunca provaste o salgado, nunca andaste descalço. Nunca sentiste borboletas!
Eu... sou apenas o tempo ultrapassado. Um tempo que se desfaz em cinza por um espaço que se dilui a cada segundo. Sou as memórias de um livro por reinventar. As lembranças de uma história por reescrever. Sou um sonho que se esfumaça a cada passagem do teu ser. Uma lágrima a cada ponta do véu levantada.
Queria adormecer e não voltar mais a esta vida que visto, sem formas e sem cores. Queria despir-me do peso de um passado que não escolhi mas que agarrei. Queria despir-me de ti. Não mais sentir-te em mim, no modo como te instalas e sais impune. Queres palavras bonitas? Eu quero mais! Quero um amor talhado no céu. Um amor com as minhas insígnias. O meu nome inscrito em cada centímetro de pele. O meu rosto em cada olhar devolvido. O meu sorriso em cada gargalhada espontânea. Quero rever-me em alguém. Ser a alegria e a tristeza partilhada. Ser a vida e a morte de alguém.
Faltam-me as forças para quebrar este pensamento obssessivo, no qual as ideias se atropelam e nada revelam. Não cabem em papel. Não cabem na alma, na vida. Assumes a forma de um estranho que me despertou para uma consiência que depois abandonou. Um estranho que já me tocou e que viria a rejeitar-me no sonho que não partilhou. Procuro alcançar-te com as minhas mãos, mas sob elas encontro um papel em branco por preencher. Procuro gritar e chamar-te, mas outro chamamento prevalece. E enquanto tudo se redefine, o cansaço vai-me adormecendo e embalando a desilusão que tarda em abandonar-me!
de Cátia Pinto
*Foto de cyril berthault-jacquier
Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
* Texto de Sarah Westphal Batista da SilvaO perfume deve colocar-se, em primeiro lugar, na zona do pescoço pelo lado das costas. Seguidamente deve colocar-se nos antebraços, o que permite que ao andarmos espalhemos a fragrância e demarquemos o nosso espaço!
Nascidas num outro Sol
De estrelas em vão caídas
Viajam da Lua às avenidas
No horário inesperado
Nas noites sem fim perdidas
E inventam outro espaço
Oferecem sonhos: prendas de laço
Nesse espaço sem tempo
Não há horas nem minutos
Há um vento vagabundo
Que de tão leve e fecundo
Leva ao embarque na luz incerta
Que sem lingua ou som corrente
Num segundo inspira a mente
Mulherzinhas pequeninas
Com vestidos brancos de nuvens
De asas azuis pintadas
Não são Mentira, não são nada
São só sonhos de luz
São apenas e só Fadas!
Images from fairiesworld.com
Que cada janela se abra à força da tua imaginação e fantasia...
Que na areia seca de um qualquer deserto consigas descobrir o verde...
Que por cada muro de pedra seca encontres...
Três bicas de água doce e uma torrente de água fresca!
Que o teu banco nunca fique vazio...
Que cada pôr do sol seja sempre visto como um recomeço e nunca como um fim...
Que as fadas e os duentes escondidos
no escuro dos dos bosques
e na na explosão de cor do deserto te acompanhem sempre
mostrando-te aquilo que nem sempre consegues ver ao primeiro vislumbre!
Estes são os desejos para quem lê de quem escreveu para este novo ano de 2007... acima de tudo: Sê Feliz!
Texto e fotos originais de Eushinha