Chegou o Natal... as prendas da loja dos chinas, os embrulhos... nem sequer fiz árvore de natal este ano! Não tenho putos, não tenho prendas para ninguém, não quero nem dar nem receber, o que pode tornar a época um bocado difícil. Chegou aquela altura em que perdi a vontade de falar com a maior parte do people que conheço... cortei o contacto com a maioria dos energúmenos que me chulavam a boa-disposição e alegria, com as pseudo-amigas da trancada e com os pseudo-amigos dos fumos. Reduzi a minha lista do msn a meia dúzia de contactos bacanos, que não pedem nem dão nada em troca da palheta e da converseta, aos demais, hasta la pasta! Quem foi ainda pede justificações, que não fez nada, que tal e coisa, as pessoas não se mancam?!?! Se me eliminassem seja de onde for, eu não ia pedir batatinhas, mas isso sou eu.
O melhor desta época, é mesmo preparar a passagem de ano, comprar alcool e fumos, carne em barda, umas grades de birras, alugar o place da desgraça e, melhor melhor, só mesmo a viagem para lá. Nem gosto de pensar em mais nada.
Mas chamei a isto preocupações, porque apesar de todos os que deixei para trás, uns com mais justiça, outros com menos, uns com mais pena, outros nem tanta assim, ficam as recordações, los recuerdos de tudo o que fomos e vivemos juntos, os piores momentos em que nos abraçámos em busca de conforto e em que aquele ou aquela agora-ninguém foi tudo para nós, aquele instante... esse agora é tão só um imenso lago profundo de saudade. Lá dizia o sonoro, que o meu cantante das rectas curvantes teimava em berrar a plenos pulmões em todas essas viagens pelo passado, que o que foi não volta a ser. Não dizia era que o que foi, não foi bem assim. O adorno, o resto que eu gostava, aquilo que tornava tudo bom porque era real, era apenas a idiótica sensação de conforto que tinha, não eram as pessoas, não foram as situações nem os instantes buenos, foi mesmo a estranha sensação de harmonia que eu próprio me permitia sentir com aquelas pessoas naqueles momentos, era ilusão pura e dura; era eu próprio bem comigo mesmo, meramente happy.
Preocupo-me com eles, que ficaram ali atrás em género de resolução de novo ano que se avizinha, e desejo-lhes tudo de bom que a vida lhes possa dar (a alguns pelo menos), mas nada resta a ser dito, estou sem palavras mais que não estas, sem razões mais senão as que enumerei... Resta a preocupação, a saudade do bom sentimento, e esse desejo. É a minha prenda de Natal este ano, para todos os que ficaram no caminho, e para todos os que teimo em ainda trazer comigo (porque no meu entender e no meu coração, a antiguidade não é de facto um posto, é apenas prova de bom caracter); preocupo-me convosco e desejo o tal Bom Natal a todos.