segunda-feira, dezembro 7

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Escuto incessantes ruídos, que importunam! Estorvam o suave fluxo de sinapses afundadas que me revisitam. Estou perplexo! Cada ténue nota emitida pelo bater do coração, assume a verdade e clama inocência.

De explorador, tomo-lhe o gosto e perpétuo a indelével caminhada para o expectável desconhecido.

Sou pequeno em demasia, dizem-me obscuras vozes que o meu corpo teimoso não escuta.

Que sou limitado na minha visão, turva pelo coração que me engana e desmente a razão. Desmente a própria realidade, distorce-a, ofusca-a e ilude-me sem piedade. Mulher, tal qual..

Aaah.. e espero que o chão se eclipse numa fugaz fracção de milésimo de segundo, que o Mundo ali tropece e se afunde na espiral do vazio. Careço de compaixão, como sempre.

Crês tu, num simples semblante carregado, porque assim tudo fará menor des-sentido?

Silhueta de cores desgarradas que me toma, abraça-me as formas e discute comigo como deveremos permanecer. Sou o todo que me engoliu, num lance fortuito decidiu atropelar partes erradas, engolir pedaços mortos, enterrar lanternas fundidas. Silhueta bela de onde te vejo partir, sonho com dias que ainda recordo como reais, porque sei que jamais o serão.

Rejeito fotos, imagens e pertences de um futuro que não chegou. Aragem limpa tem tanto quanto de pérfida, ilude a calma, e diz-me que é simples.. E é.. tudo é tão simples que basta olhar.

És a palavra que dizes, o gesto que fazes. Tantas vezes és nada, e nada mais consegues ser, passe o tempo que passar, assim o serás.

Sonho que não te conheci e espero não acordar.