quarta-feira, março 29

O Ciume


Porquê???

Porque é que existe este sentimento a que muitos teimam em chamar de ciume??? Mas o que é o ciume???

Existe ciume diverso sendo aquele ciume de quem mais amamos o mais comum, mas não podemos também desprezar os ciumes que sentimos quando alguém faz mais que nós, quando nos supera em algo. Já ouvi muitas pessoas afirmarem que não têm ciumes, acabando por manifestá-los mais tarde ou mais cedo, sendo que continuam convictos de que os não têm. Pobres coitados.

O ciume não é algo que nos diminua nem um defeito, apenas uma característica inata do ser humano, que odeia, ama, inveja. Um ser imperfeito.



O ciume de quem amamos (ver essa pessoa com outra, ver alguém interessado por essa pessoa...), é o mais saudável, pois faz-nos ver até que ponto essa pessoa é importante e até que ponto precisamos dela, não significando no entanto que quem maninesta mais os ciumes seja quem mais ama, não. Os ciumes neste caso específico servem bem mais para a pessoa que os sente, pois propicia a introspecção e o desenvolvimento de um amor mais profundo, forte e saudável. Pobre coitado daquele que não tiver ciumes.

O ciume daqueles que fazem mais que nós, acaba por ser uma vez mais, positivo, desde que não seja levado a extremos. É positivo quando a pessoa alvo do ciume não sai lesada, e o(a) ciumento(a) aproveita este ciume para melhorar a forma de encarar a vida, e de melhorar tudo aquilo onde foi superado(a), e assim se torna uma melhor pessoa, mais capaz, mais forte e mais determinada. Pobre coitado daquele que não tiver ciumes.

A vida é para ser encarada sempre de forma positiva, e tudo aquilo que fazemos no dia-a-dia pode ser aproveitado para o nosso desenvolvimento e aprendizagem, até aquilo que muitos consideram um defeito, o CIUME.


Acreditem no que vos digo, pois quem vos fala já foi um pobre coitado.

domingo, março 26

Ignoro o porquê

Tenho passado muito tempo da minha vida a observar quem me rodeia. Tenho visto as paisagens mais belas que o mundo tem para me dar. Ignoro o porquê do meu desacerto, não entendo a minha falta de fascínio com as coisas da vida... mas simplesmente, não atino com a alegria e a felicidade puras.
Sou um apaixonado pela escuridão, tenho-o mostrado a quem me conhece... desde o mais remoto dos meus poemas ao meu texto mais alegre. Sempre surge aquela dedicação, estranha devoção ao vazio hipnótico e transcendente. Sempre me senti tentado a escrever sobre a morte e o pútrido, sobre a mentira e a falsidade... sobre o amor.


Sou o esqueleto, o sustentáculo da minha própria inexistência... um suporte à antítese do que sou que teima em subsistir, que se ergue tal anti-matéria contra os principios da lógica, da física e da razão.

. . .

Tão normal quanto me é possivel ser, palmilho diáriamente uma ladeira escura no frio cansado da noite (curiosamente também há grilos no centro da cidade, onde os prédios ainda não ousaram surgir), e calcorreio duzentos metros em passos que ecoam mais que a vontade que os determina... "sinto-me um mosquito sentado no rabo de uma vaca que rumina à beira da estrada onde os automóveis circulam a 180 km/hora"...

Quando atinjo o topo, recordo sempre os passos que ali dei, não vislumbro os que ainda tenho para dar. Relembro a pedrinha que contornei, o tropeção que não chegou a acontecer, o susto que algum rato maroto me ofereceu de prenda ontem, ou a sorte de não ter sido abordado. Há tantas maneiras de cair por aqui, que vencer o medo que me impulsiona e retém o passo, é uma perseguição que movo a mim próprio e uma batalha que me consome e diverte em simultâneo.

quinta-feira, março 23

Te Ver

Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável, é dor incrível

É como mergulhar num rio e não se molhar
É como não morrer de frio no gelo polar
É ter o estômago vazio e não almoçar
É ver o céu se abrir no estilo e não se animar

Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável, é dor incrível

É como esperar o prato e não salivar
Sentir apertar o sapato e não descalçar
É ver alguém feliz de fato sem alguém pra amar
É como procurar no mato estrela do mar

Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável, é dor incrível

É como não sentir calor em Cuiabá
Ou como no Arpoador não ver o mar
É como não morrer de raiva com a política
Ignorar que a tarde vai vadia e mitica
É como ver televisão e não dormir
Ver um bichano pelo chão e não sorrir
É como não provar o nectar de um lindo amor
Depois que o coração detecta a mais fina flor

Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável, é dor incrível


Lyric by Skank

sexta-feira, março 17

Partir

Se partir magoa.
Ficar vai matar...
Levar a vida na boa
Cair para se levantar
Uma vez, e outra vez...
É assim que se cresce
Contar até três
E pensar naquilo que se fez!
Amanhã será melhor,
Ou pelo menos diferente
Mas nunca pior
Do que era antigamente
Ás vezes questiono
A gente que me rodeia
Os que têm um ar morno
E os que vão p´rá cadeia...!
Marginais nas ruas
Devoradores de mentes
De palavras nuas
São seres indiferentes?!
Indiferente sou eu...
Que vejo sem ser vista
Alguém que não me deu
Nem sequer uma pista
De como ser feliz
Nesta roda viciada
E a gente que pede Bis
É a que já está vacinada...!

-Empty Soul

terça-feira, março 14

O amor não se vende ao quilo

Quem me dera ser tudo aquilo
Que tu queres que eu seja...
É pena que o amor não se venda ao quilo,
E que não se tenha tudo o que se deseja!

Se te conseguir amar...
Talvez espere por um fim feliz
Com esperança de não ficar
Com alguma cicatriz!

Por pensar demais na vida
Perdi tudo o que tinha,
Fiquei só e quase enlouquecida.
Que sorte a minha...!

Têm a mania de dizer,
"Cada um tem o que merece!"
Mas é difícil de entender...
A dor que me arrefece.

Cai o sol atrás do mar
Tal como o passado,
No presente se vai camuflar!
E ali fica inquietado.

Tenho vontade de viver
A vida que nunca vivi,
De jamais te esquecer,
De me apaixonar por ti...


- Empty Soul
(Empty Soul é uma alminha com quem troco olhares há alguns meses e palavras há poucos dias. Uma conversa e eis que surge aquela empatia como se algo fizesse sentido! Sem desencontros, fica aqui a prova que quem vê caras não vê corações... Imaginei-a fria, distante ou bonita em demasia para trocarmos mais que um simples olá em conversas ocas de fumos lusco-fusco. Perdoa-me o imaginário e sê bem vinda.Estás muito convidada... )